sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Vigésimo sétimo dia

Depois de um repeteco do café da manhã de ontem: deliciosa baguete parisiense, manteiguinha, queijo e café com leite comprados pela mamãe, a lista de visitas de hoje era ainda um pouco mais ousada para se fazer a pé do que a de ontem. Haaaaja disposição.

Começamos com uma boa caminhada até o Museu do Louvre. No caminho, belíssimos prédios, igrejas, monumentos... enfim, sabe aquele papo de museu a céu aberto? Isto mesmo. Quando chegamos lá pudemos ter uma idéia do quão bonito é o lugar. O espaço que abriga o museu era originalmente um castelo medieval e começou a ser usado como museu em 1608, somente se tornando o que é hoje em 1793. Mas o mais legal é que hoje é terça-feira e o museu fica fechado às terças-feiras. Ahahaha... legal, né? Bem, paciência. Só nos resta ir adiante e voltar num outro dia.

Alguma coisa linda que não
soubemos o que era.

Uma outra coisa linda... ahahahaha...

Mais uma coisa linda, mas esta eu sei bem
o que é: o rio Sena e a Lelê.

O belíssimo pátio do Museu do Louvre
com suas pirâmides.


A caminhada do Museu do Louvre ao Arco do Triunfo passa por todos os demais lugares que planejamos pra hoje. E é uma bela caminhada. Ufa ufa!

Saindo do Louvre, passamos pela Place du Carrousel, que é onde tem um belíssimo monumento, parecido com o Arco do Triunfo, erguido em homenagem a umas das batalhas vencidas por Napoleão Bonaparte. É muito bonito.

Depois passamos por um belíssimo e extenso jardim chamado Jardin des Tuileries. Lá aconteceu um fato bem inusitado: estávamos andando por um dos lados do jardim qdo do nada surgiu um homem ao nosso lado. O cara abaixou e pegou alguma coisa no chão e veio meio que me mostrar. Era uma aliança aparentemente de ouro e bastante grossa. Ele parecia perguntar se era minha e eu neguei. Eu falei (em francês) que não falava francês e ele começou a arranhar um inglês horrível. Ele dizia que não tinha mulher pra dar o anel e que eu devia ficar com ele. Eu neguei e ele insistiu muito. Eu peguei e agradeci. Ele aparentemente saiu de lado e logo voltou me pedindo dinheiro pra comer. Obviamente eu neguei, devolvi o anel e o mandei vendê-lo pra ter o dinheiro que queria. Tava na cara que era a tentativa de um golpe. Dias depois vimos vários malucos esquisitos como este tentando a mesma coisa com outras pessoas. Ele só não sabia que éramos brasileiros. Ahahaha...

Saindo deste jardim passamos pela Praça da Concórdia. Foi ali que Maria Antonieta e Luiz XVI foram guilhotinados. Hoje existe um obelisco gigante em homenagem a estes atos.

A Praça da Concórdia. Ao fundo, o Arco do Triunfo.


A Champs-Élysées é a avenida que liga a Praça da Concórdia ao Arco do Triunfo. É uma avenida beeeeem extensa e linda. Sem contar o glamour. Nela, entre centenas de lojas chiques, tem um prédio inteirinho da Lois Vuitton – um espetáculo de bonito. Além disso, lá tem muuuuitas árvores, o que dá um toque bem especial.

No final, pra gente, como se fosse um prêmio pelos milhares de quilômetros caminhados, o maravilhoso Arco do Triunfo. Outro belíssimo monumento em Paris que dispensa comentários.

O belíssimo Arco do Triunfo.

Fim de linha pra elas - exaustas.

Um belo prêmio pra quem andou tanto.

Vigésimo sexto dia

O nosso primeiro dia inteiro em Paris começou muito bem. Muuuito carinhosa e generosa, a “mamãe” nos acordou hoje com pão (uma belíssima baguete parisiense), café com leite e duas belíssimas rosas (branca e vermelha). Fizemos um delicioso café da manhã no quarto e planejamos o dia.

Escolhemos os lugares a visitar de acordo com a posição geográfica, ou seja, o que estava mais ou menos perto. Segue a lista programada: Jardin du Luxembourg, Musée de Cluny, Conciergerie/Sainte Chapelle, Quartier Latin e Notre-Dame. Um percurso bem ousado pra se fazer andando, mas até que deu certo.

Pra começar resolvi colocar em prática os patins que comprei em Lisboa. Andar de patins depois de tanto tempo foi bem esquisito, mas foi mó legal. Enquanto elas foram a pé, eu fui de patins até o Jardin du Luxembourg.

Patinando em Paris.


Nós até já tínhamos dado um olhada no Jardin du Luxembourg ontem, mas desta vez fizemos com calma e apreciando cada pedaço. É impressionante como um lugar desses funciona – e bem. Além do belíssimo jardim, lá dentro tem quadras de esportes, mesas de ping-pong e uma infinidade de atividades a céu aberto pras crianças. É realmente maravilhoso!

Belíssimo jardim.

Ainda em Luxembourg


Acabamos só olhando o Musée de Cluny por fora. A promessa de um museu cercado de jardins medievais não nos seduziu muito e, como tínhamos muita coisa na agenda, acabamos “passando” esta atração. Que me desculpem os que lá foram e gostaram.

Na Conciergerie, que vem a ser uma antiga prisão, elas não quiseram entrar. Ficaram me esperando num bar na esquina. Mas valeu a pena a entrada. A Conciergerie hoje é um belíssimo museu, que guarda, além das memórias da prisão que foi, a cela reconstruída onde Maria Antonieta ficou presa antes de ser executada.

A Conciergerie. Parece uma prisão?


O Quartier Latin é um bairro muito legal. É lá que fica a maioria dos turistas que vem a Paris. Lá tbem está a Universidade de Paris, mais conhecida como Sorbonne. Muitos barezinhos e muitas atrações a noite fazem deste um bairro muito especial e imperdível em qualquer horário. Lá comemos (eu comi) um belo “sanduíche grego” e um belíssimo crepe de queijo com champignon.

O sanduba e o crepe. Que delícias!


Nossa última parada de hoje, Notre-Dame é uma igreja muito especial aqui em Paris. Milhares e milhares de turistas visitam diariamente o que guia chama de “monumento mais extraordinário de Paris”. E de fato é mesmo. A igreja propriamente dita, os vitrais, as torres... tudo dispensa mais comentários. Vir a Paris e não ir a Notre-Dame é muito pior do que ir ao Rio e não ver Copacabana. Preciso falar mais?

O monumento de Paris que mais
dispensa comentários - explêndido!


Ao final da maratona nós três estávamos exaustos e felizes. É impressionante como Paris parece um grande museu a céu aberto. Cada rua que vc passa aparece um prédio ou um grande monumento que vc fica se perguntando “o que é isso?”, “o que é aquilo?”. Simplesmente lindo!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Vigésimo quinto dia

Fomos dormir ontem planejando como seria o dia de hoje. A preocupação – principalmente da Lelê – era a respeito do táxi que nos levaria do hotel pra estação de trem. Um táxi só não daria e ser perto demais ou longe demais preocupava. Enfim, foi complicado pensar nisso. Sendo assim achamos a melhor solução: vamos a pé pra estação! Temos quatro malas grandes, uma pequena e uma mochila pra carregar. Eu carregaria a mochila e duas malas grandes, a Lelê carregaria uma mala grande e uma pequena e a D. Leda carregaria uma mala grande. Isto num percurso que calculei ser de mais ou menos dez minutos andando.

E assim foi. Sem muitos tropeços demoramos uns quinze minutos pra chegar na estação do TGV. Até que foi tranqüilo. Ahahahaha... Mal sabia eu o que viria pela frente.

Nossas malas no saguão da estação


Qdo deu a hora do trem, subimos do saguão da estação pras plataformas. E aí começou o perrengue: sem escada rolante, tive que subir as escadas com cada uma das malas nas mãos. Depois das quatro viagens e já na plataforma, fomos procurar como proceder, já que nenhum de nós sabia. Depois de descobrirmos onde fazer o “checkin” e onde deveríamos esperar o trem, precisamos nos deslocar de onde estávamos com as bagagens até o lugar correto, mas cada vez que precisávamos nos movimentar na plataforma era um inferno – cheio de malas e a plataforma cheia de gente... acho que dá pra imaginar.

Qdo o nosso trem parou é que pudemos ver como funciona a coisa na prática: cada passageiro entra pela porta que acha que tem que entrar e carrega sua própria bagagem, que deve ser acondicionada em mínimos espaços dentro dos vagões, logo perto da entrada. O trem fica na plataforma esperando o embarque dos passageiros não mais do que uns três minutos. Qdo o trem parou foi maior avanço. Qdo conseguimos entrar no trem, é claaaro que não tinha mais espaço pra eu acomodar nossos míseros cinco volumes de malas. Logo que consegui entrar com o quinto volume o trem andou. Eu passei os sei lá quantos minutos iniciais do trem tentando acomodar as malas de qualquer maneira – nem eu sei como. Lá pelas tantas descobri que no andar de cima tbém tinha espaço pra guardar as bagagens. Como nossos lugares eram em cima, resolvi subir – mais um vez – escada acima com duas malas grandes e acomodá-las por lá. Daí em diante só me restou sentar e esperar o perrengue de retirar as bagagens do trem.

O TGV


A viagem foi ótima. O TGV é um espetáááculo. Não dá pra sentir a velocidade que o trem anda (qualquer coisa em torno de 250 km/h). A paisagem tbém é linda. É uma viagem realmente muito bonita. Depois de duas horas e quarenta e cinco minutos nós cumprimos os quase oitocentos e oitenta quilômetros que ligam Nimes a Paris. Aí o trem começou a parar... babou!

Por dentro tbém é espetacular


Batia um certo desespero de imaginar como eu faria pra descer do trem com aquele monte de malas. E eu não sabia se teria mais do que os três minutos do embarque. Bem, resumindo, o desembarque foi mais tranqüilo que o embarque. Pelo menos pra sair eles dão mais tempo. Consegui descer com as duas malas e retirar as outras sem muito trauma.

Pegamos dois táxis da Gare pro hotel, mas chegamos bem antes do horário do checkin. Deixamos as malas e fomos dar uma volta. Pertinho do hotel tem o Jardin du Luxembourg. Demos uma volta por lá. Lindo! Vc fica com vontade de fotografar tudo. Paris parece um grande museu ambulante. Pra qualquer lugar que vc olha tem um prédio lindo, um palácio ou uma linda praça. Andar em Paris é uma surpresa a cada esquina. Muito legal.

Eu e Lelê no caminho do Jardin du Luxembourg

O lindíssimo Jardin du Luxembourg


Depois de almoçarmos e conseguirmos entrar no quarto do hotel fomos dar outra volta, desta vez pro outro lado do hotel. Aí, como já estava anoitecendo, resolvemos pegar um metro e ver a Torre Eiffel. Que belo espetáculo. O mais famoso cartão postal de Paris é realmente imperdível.

Torre Eiffel

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Vigésimo quarto dia

Bem cansados, acordamos e tentamos negociar um “late checkout”, que pra quem não sabe, é uma pequena extensão do horário de saída do hotel: ao invés de sair às 11h, sairíamos às 16h, ou algo assim. Mas não conseguimos, pois não havia disponibilidade.

Sendo assim, pé na estrada de novo. O destino será Nimes, última cidade do sul da França, onde devolveremos o carro e pegaremos o trem pra Paris, mas o checkin no hotel de lá era só às 15h. Então pensamos em conseguir despachar as malas no próprio hotel (o problema de sempre) e poder andar um pouco mais de carro por uma cidade vizinha, quem sabe.

Chegando a Nimes, demoramos muito tempo pra achar o nosso hotel (o GPS nos deu uma surra, pois não achava a rua do hotel, que era pequenininha). E, já que estávamos meio perdidos mesmo, resolvemos fazer um reconhecimento de toda a cidade já pensando nas obrigações que teríamos por lá: devolver o carro e pegar o trem no dia seguinte bem cedo. A preocupação, seeeeempre por causa das malas, era a distância entre o hotel e a Gare de trens (depois descobrimos que daria pra ir andando). Quando conseguimos equacionar tudo, já estava quase na hora de devolver o carro. Então resolvemos fazê-lo e já a pé, procurar algum lugar pra comer e conhecer um pouco do centro de Nimes.

Checkin feito com malas guardadas no hotel, carro devolvido e fome satisfeita, fomos andar pela cidade. Nimes é uma cidade média, mas o centro é pequeno. As ruínas de uma arena gigante são a grande atração turística por lá. Fora isso, o centro é uma graça. Ruazinhas, praças, barezinhos, restaurantes e muita gente jovem e bonita andando pra todos os lados. Logo achamos um lugar pra sentar e tomar um chopinho.

Ó nós em Nimes.

A arena de Nimes.

Mais Nimes.

Mais ruínas em Nimes.

Chopinho em Nimes - ninguém é de ferro.


Passamos numa loja Monoprix e compramos um último lanche e voltamos pro hotel. À noite, fizemos mais um picnic no quarto do hotel e, como tínhamos que acabar com tudo o que tinha de comer pra embarcar no trem, o lanche foi um belo banquete! Amanhã temos que acordar muito cedo pra pegar o trem. Paris nos espera.

E tome picnic...

Vigésimo terceiro dia

Uma pequena observação antes de eu começar a escrever sobre o vigésimo terceiro dia: Estou escrevendo o blog de hoje a bordo de um TGV, que pra quem não sabe, vem a ser o trem veloz daqui. Estamos indo de Nimes pra Paris. Mas depois eu conto como é andar nessa maravilha tecnológica.

O dia de hoje começou muito bem. O hotel foi tão bom que até café da manhã estava incluído – aqui na França quase nenhum hotel tem o café da manhã incluído. Uma delícia de café. Como nossa diária só terminava às 11h, resolvemos dar uma volta na pequena cidade pela manhã. Pasmem com a nossa sorte: era dia de feira em Lourmarin. Podem imaginar o que isto significa por aqui? A cidade fica cheia de gente, trocentas barraquinhas vendendo de comida a roupa. Tem de um tudo! Ficamos malucos com a feira. Um espetáááculo!!! Depois de dar uma boa volta por toda a feira, já era hora de levantarmos acampamento. Fomos embora tristes, pois a vontade de ficar mais um ou dois dias por aqui era imensa, mas já tínhamos reserva não reembolsável em outro hotel, de outra cidade. Que pena! Fiquem de antemão sabendo que quem passar pelo sul da França, Lourmarin é parada obrigatória. Depois eu digo o nome do hotel, que é claro não lembro agora.

Bom hotel... bom café da manhã.

Lourmarin de manhã.


Como ontem acabamos não conhecendo nenhuma das cidades que programamos para estes dois dias, tínhamos uma lista de cidades pra conhecer. E assim fomos. Já acusando uma certa impaciência e um certo cansaço de ficar andando de carro de cidade em cidade.

Passamos por Bonniex, Lacoste, Ménerbes e Oppède, sendo que nesta nós não conseguimos achar o centro. Ahahaha... o GPS nos mandava prum lugar que não tinha nada. Ficamos sem entender e passamos adiante. A sorte deste dia ficou por conta do almoço. Com muita fome a paciência diminui ainda mais e o humor começa a ir embora. Começamos a procurar meio que desesperadamente um lugar pra comer. Mas não achávamos nada. A última esperança, Oppède, não deu em nada. Resolvemos então tentar numa cidade vizinha a Oppède e que parecia ser um pouco maior. No caminho passamos por um restaurantezinho e resolvemos parar. O lugar tinha uma pizza maravilhosa. Massa finíssima e muito diferente das que temos no Brasil. Parecia um biscoitinho. Que maravilha!

Bonnieux vista da estrada

Entrada da cidade de Ménerbes


Já sem fome e ainda sem muita paciência, resolvemos desistir das cidades que faltavam e fomos direto pra cidade onde tínhamos reserva – Aigues Mortes. A esperança era que o hotel reservado fosse tão bom quanto o de ontem.

Aigues Mortes é uma cidade pequena e cercada por uma muralha medieval. De cara chegamos ao hotel e vimos que não era nada demais. Os problemas foram a ausência de frigobar no quarto (problema menor), o hotel era fora da cidade (problema médio – ficava a cinco minutos andando das muralhas) e a ausência de elevador (problemão – com a quantidade e peso das bagagens...). Fizemos o checkin e fomos conhecer a cidade – a pé, já que eu a paciência pra dirigir já tinha acabado. Resumo desta ópera: nenhum dos três gostou da cidade murada. Não achamos graça nenhuma. Compramos uma baguete e um vinho numa das caves da cidade e voltamos pro hotel.

Aigues Mortes - uma das ruazinhas dentro
das muralhas medievais (ao fundo).


Fizemos um mega-lanche e fomos dormir – cansados, felizes e ainda lembrando da cidade e do hotel de Lourmarin.

Picnic completão no quarto.

sábado, 24 de outubro de 2009

Vigésimo segundo dia

O dia de hoje começou com uma despedida. Nos despedimos de nossos amigos e anfitriões André e Claire Vignolo, que com tanto carinho nos cercaram de atenção durante todos estes dias em que estivemos em Bandol ou ao redor de Bandol. A eles a nossa imensa gratidão e um “até já”, assim esperamos.

Pés na estrada, pela primeira vez carregamos nossa bagagem inteira. Ufa! É coisa pra caramba. Mas não vamos falar disso por hora – este assunto merecerá um capítulo a parte no nosso blog.

O problema é que não conseguimos acomodar todas as malas no porta-malas do carro. Tivemos que rebater um dos bancos traseiros e colocar alguma coisa por ali. E, com malas à vista no carro, não poderíamos parar em qualquer lugar, sob o risco de termos o carro arrombado. Aqui é primeiro mundo, mas tbém tem defeitos.

Como passaríamos a noite em Lourmarin, na região do Luberon, fizemos uma lista de cidades da região e programamos passar em Aix-en-Provence e depois decidir aonde ir entre hoje e amanhã. As cidades da lista foram as seguintes: Manosque (onde tem a fábrica da Loccitane), Cucuron, Bonniex, Lacoste, Ménerbes, Oppède e Les-Baux-des-Provence.

A decisão de onde ir ficou por conta do mau tempo – mais um dia de chuva – e das malas aparecendo no carro. Almoçamos em Aix-em-Provence e partimos direto pra Lourmarin.

Aix-em-Provence é uma cidade muito simpática. Procuramos um estacionamento seguro no centro da cidade e resolvemos dar uma volta a pé. Doce ilusão. Cinco minutos andando e desabou um temporal. Resolvemos achar um restaurante e almoçar enquanto a chuva não passava. Terminamos e a chuva não passou. Aí fomos embora.

Almoço gostoso em Aix-en-Provence, mas
com chuva e frio.


De Aix-em-Provence até Lourmarin não demoramos mais do que quarenta minutos. No caminho, paramos em uma cave, que pra quem não sabe, é um lugar onde se fabricam e vendem vinhos. Uma propriedade enorme, linda e extremamente bem cuidada. Dava gosto de ver.

Disneylândia!!!!


Chegamos a um consenso de que até agora Lourmarin foi a grande surpresa da viagem. Que lugar lindo! Uma cidade pequenininha, com um castelo, um campo de futebol e um centrinho cheio de ruazinhas estreitas, barezinhos e pequenos restaurantes. Muuuuito legal. O hotel tbém acompanha o lugar. Uma graça!

Faixada do hotel em Lourmarin

Ruazinha em Lourmarin. Lindo lugar!


Como a internet só podia ser acessada do lobby do hotel, à noite descemos com nosso computador, vinho e o picnic inteiro. Sentamos à frente de uma lareira e curtimos o melhor hotel até agora.

Escrevendo o blog no lobby do hotel
de Lourmarin, com direito a vinho e
picnic completo

Todo mundo lindo e feliz.

Vigésimo primeiro dia

Depois de vinte dias de muuuuita sorte com dias lindos, céu azul e ensolarados – tudo bem, com uma certa friaca incomodando – o dia de hoje clareou sob chuva. No primeiro momento não tínhamos a idéia do quanto isto nos atrapalharia, mas logo deu pra ver como seria o dia.

A programação de hoje era ir a Mônaco, que está a pouco mais de vinte minutos de Nice (onde dormimos), e depois Menton, que seria a última cidade de praia que visitaríamos.

Para ir de Nice pra Mônaco nós escolhemos uma estradinha que vai beirando o mar. A certa altura começa uma serrinha que nos proporcionou uma vista lindíssima de uma enseada entre Nice e Mônaco. Um espetáculo!

Visual da estradinha que vai pra Mônaco


Chegando a Mônaco, conhecemos logo o primeiro problema: o trânsito. Chovia muito e a quantidade de carros nas ruas era assustadora. Tbém assustava a quantidade de sinais de trânsito. Pra descer da estrada e chegar até o centro de Mônaco – um trajeto que deveria ser de cinco a dez minutos – nós demoramos uma meia hora. Avistamos o estacionamento do Cassino e fomos direto pra ele. O pensamento era de parar o carro e tentar dar uma volta a pé, mas, como estava chovendo, não dava pra saber se conseguiríamos. Eu queria, pelo menos, dar uma olhada no Cassino, na praça do Cassino, que é linda, e tentar ver o circuito da fórmula um. Logo que saímos do estacionamento vimos que seria quase impossível. Chovia demais e andar debaixo da chuva não era a melhor coisa a se fazer. Então, demos uma andada até a porta do Cassino, tiramos umas fotos, andamos um pouquinho mais até a praça e desistimos. Pegamos o carro e tentamos dar uma volta. Bobagem tbém. Até deu pra ver uma parte do “autódromo”, mas foi muito pouco. Acabamos vencidos pelo trânsito e partimos em direção a Menton.

A praça do Cassino de Mônaco e
ao fundo o dito cujo


Em Menton as coisas não foram muito diferentes. Sob muita chuva, nós nem arriscamos sair do carro. Demos uma voltinha no trânsito e tbém fomos vencidos por ele. Parece que andar de carro por estas bandas não é muito recomendável. Até deu pra ver que a cor da água aqui é diferente: um azul cor de piscina faz parecer que estamos no Caribe – é que a praia aqui é formada de pequenas pedrinhas muito brancas, daí a água fica azul como uma piscina.

Como terminamos de ver tudo antes de meio dia e ainda tínhamos metade do dia sobrando, paramos o carro e mudamos o planejamento. Resolvemos tentar ir atrás da neve. A pouco menos de cem quilometros dali existem três estações de esqui. São as cidades de Valberg, Isola 2000 e Auron. Como estava um frio do cão, achamos que eu teria chance de finalmente ver a cor da neve. Partimos pra lá.

De cara a estrada que liga Nice a Valberg estava fechada por causa do mau tempo. Tivemos que dar uma voltinha extra, mas valeu a pena. Acho que esta foi a estrada mais bela que passamos em toda a viagem. Antes de começar a subir, margeamos um rio durante uma meia hora num vale lindíssimo. Qdo começou a subir, as belezas continuaram. A estrada ficou mais estreita e mais perigosa. Curvas apertadas e túneis minúsculos. Um verdadeiro espetáculo na terra. Imperdível. O tempo todo ficávamos olhando o termômetro do carro, na expectativa dele baixar rápido. Mas ele parou nos oito graus e parecia que as chances de ver a neve diminuíam enquanto subíamos mais. Depois de pouco mais de uma hora e meia de estrada, os primeiros sinais da neve. No cantinho da estrada – como se fosse a sarjeta – montinhos se acumulavam. Qdo chegamos a Valberg, a mais próxima das três cidades de neve, o lugar mais parecia uma cidade fantasma. O termômetro chegou a cinco graus, chovia cântaros e os únicos sinais de neve eram os montinhos que iam se desfazendo conforma a chuva caía. Pra fechar com chave de ouro, ao longe se via uma montanha enorme, com o topo branquinho, cheio de neve. Lindo!! Tomamos um café no único estabelecimento aberto no lugar, onde tinham as únicas quatro pessoas da cidade e fomos embora. Ainda tínhamos toda a estrada na volta. Que passeio lindo! Desfecho lindo pro Cote D’Azur. Amanhã partiremos definitivamente pro interior pra depois subirmos pra Paris

Cidadezinha cercada por muralhas medievais
vista da estrada que vai pra Valberg

O rio e o vale. Espetaculares!

A beleza da estrada

Valberg e os montinhos de neve

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Vigésimo dia

Hoje fomos conhecer um pouco do interior da Provence. Saímos de Juan Les Pins e pegamos uma estrada em direção a Grasse (cidade dos perfumes), Pont-du-Loup, Tourrettes, Vence e Saint Paul. O destino final foi Nice, onde dormimos.

Como quase todas as estradas que passamos por aqui, estas eram especialmente bonitas. As estradas do interior são lindas. O asfalto parece que acabou de ser trocado, mas às vezes fica tão estreito que parece que não passarão dois carros.

Inicialmente tínhamos pensado em dar uma paradinha em Grasse, mas, pra variar, o tamanho da cidade nos assustou, então resolvemos só dar uma passada de carro e não parar. Pont-du-Loup, Tourrettes, Vence e Saint Paul são cidades razoavelmente parecidas. Todas ficam no alto de montanhas, mas só Saint Paul é cercada por muralhas medievais. Dentro das muralhas encontramos ruazinhas estreitas, várias galerias de arte e vááárias lojinhas. O lugar é lindo!

Tourrettes vista da estrada

Chegando a Saint Paul

Saint Paul - a entrada da muralha

D. Leda na entrada de Saint Paul

O interior das muralhas

A felicidade da Lelê: uma lojinha de ervas de
Provence - paraíso!

Uma praça dentro das muralhas

Lelê e D. Leda debaixo de uma linda
oliveira na saída de Saint Paul


Chegamos a Nice no final da tarde e, da mesma maneira que Cannes, nós imaginávamos uma cidadezinha de praia e encontramos uma “cidadezona”, onde vc para de esquina em esquina num novo sinal de trânsito e estacionar é impossível. Então, do mesmo jeito que em Cannes, fomos pro hotel e optamos por fazer o melhor macarrão com salsicha de Cote D’Azur. Claro, acompanhado por um belo vinho nacional. Foi um espetáculo!!!

O macarrão de Nice. Show!!!